Monday, July 21, 2014

'Mãe, eu quero ser uma barbie' - dietas, insatisfação corporal e transtornos alimentares na infância

Semana passada, uma menina linda, saudável e cheia de vida, de 7 anos, veio me dizer que ela precisava fazer mais exercícios e suar pra perder a barriga, que, segundo ela, era grande. Confesso que fiquei assustada.

Desde quando crianças têm essa preocupação com a aparência? Desde quando as preocupações das crianças foram destorcidas do brincar para o se importar com a sua imagem? Desde quando as crianças deixaram de querer ter uma barbie para querer ser uma?

“Não a deixe pensar dessa forma”


Refletindo e pesquisando no tema, fiquei assustada com os dados encontrados.
A infância tem sido invadida não só por uma preocupação excessiva com corpo e aparência, mas também por uma consequência grave desta: dietas, comportamentos alterados em busca da perda de peso e até mesmo transtornos alimentares cada vez mais presentes na infância.


O National Eating Disorders Association traz os seguintes dados relacionando infância e transtornos alimentares:

42% de meninas entre a 1ª e 3ª série revelaram que gostariam de ser mais magras (Collins, 1991).
81% das crianças de 10 anos tinham medo de se tornarem gordas (Mellin et al., 1991).
46% das crianças entre 9-11 anos estavam “às vezes” ou “frequentemente” em dieta, e 82% das famílias também estavam “às vezes” ou “frequentemente” em dieta (Gustafson-Larson & Terry, 1992).


Como assim, gente? 81% das crianças de 10 anos tinham medo de se tornarem gordas?! Isso é muito cruel, sim ou sim?
Fiquei assustada! São dados bem alarmantes, certo? E muitos deles são da década de 90, sendo possível, assim, que hoje em dia esses números sejam maiores, já que nós possamos uma mídia muito mais infiltrada nas nossas vidas, por meio do poder que a internet adquiriu atualmente.


Segundo o estudo de Gonçalves et al (2013) sobre transtornos alimentares na infância e na adolescência:

“Os transtornos alimentares mostraram-se comuns na infância e na adolescência.
Dentre os fatores de risco para os transtornos alimentares, destacaram-se a mídia e os ambientes sociais e familiares.
A influência da mídia e do ambiente social foi associada, principalmente, ao culto à magreza.
Já no âmbito familiar, o momento das refeições mostrou-se fundamental na determinação do comportamento alimentar e no desenvolvimento dos seus transtornos.”


Para concluir e refletir, eu deixo a seguinte mensagem:


“Toda sociedade tem um jeito de torturar suas mulheres. 
Nosso jeito é impondo a busca pela perfeição. 
Toda criança pode ter um intenso medo de "ficar gordinha". 
Isto não deveria ser desse jeito. 
Esta menina tem o direito de crescer sem ter seu corpo criticado.”


Imagens retiradas do Google Images.

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